terça-feira, 27 de abril de 2010

F.C. Porto: Jesus regressa para vingar a festa do Penta

Jorge Jesus regozija-se pela época de sucesso do Benfica. O treinador colocou os encarnados no topo da Liga. Agora, prepara a visita a um F.C. Porto afastado da luta pelo quinto título consecutivo. Curiosamente, em 1999, Jesus era o treinador adversário na festa do Penta azul e branco.

As voltas do destino. Jesus regressa ao Porto para vingar essa presença indesejada na celebração dos dragões. O E. Amadora foi figurante numa festa sem paralelo no futebol português. Jesualdo queria repetir o feito na presente época. Benfica e Braga não o permitiram.

O F.C. Porto vinha de um empate em Alvalade (1-1), suficiente para libertar as rolhas do champanhe. Fernando Santos abandonara o Estrela para ser o «Engenheiro do Penta». Curiosamente, seriam os homens da Amadora a surgir pelo caminho, na última jornada do campeonato, em 1998/99.

Jorge Jesus, já satisfeito por ter conduzido a equipa da Reboleira ao 8º lugar, não conseguiu evitar o desaire nas Antas. Os dragões venceram em dia de celebração: 2-0, golos de Drulovic e Jardel. Onze anos depois, Jesus regressa com o firme objectivo de fazer a festa vermelha, em pleno Dragão. Um ponto chega. Se o Braga não vencer, até perder serve.

«Vencemos o Penta e falava-se no Hexa»

João Manuel Pinto recorda aquele dia com emoção. Com a camisola do F.C. Porto, inscreveu o seu nome numa página histórica do futebol português. «Era um ambiente muito festivo, com as Antas a abarrotar. Estávamos todos pintados, com máscaras, e naqueles momentos sentimos vontade de abraçar todos, amigos e até inimigos. Lembro-me que, na véspera, nem conseguimos dormir. Foi inédito, vencemos o Penta e já se falava no Hexa», recorda o antigo defesa, ao Maisfutebol.

Como adepto, avança no tempo para desejar o sucesso encarnado no Dragão: «Eu, sendo benfiquista como já admiti, gostaria de ver a questão do título decidida já, para permitir a festa na Luz, jogadores de caras pintadas logo de início, a entrar ao lado dos filhos. Mas acho que vai ser um jogo muito quente, sobretudo difícil para o árbitro. O Porto não vai querer o seu maior rival a festejar em sua casa»

«O problema do Porto foi perder dois grandes jogadores, Lucho e Lisandro, que encantavam o público português. O Benfica, pelo contrário, teve 22 jogadores a responder bem toda a época. O problema não foi o Jesualdo. Fui orientado por ele no Benfica e é um excelente treinador, com grandes resultados por onde passou», remata João Manuel Pinto, a partir da sua Academia em Tarouca, Lamego. A médio prazo, o antigo defesa espera ser treinador na Liga.

«Jesus chegou demasiado tarde a um grande»

Lázaro Oliveira estava do outro lado. Naquela tarde, ele e os outros jogadores do E. Amadora foram figurantes na festa azul e branca. «Lembro-me bem do jogo. Perdemos 2-0 com um ambiente fantástico nas Antas. Os jogadores do F.C. Porto entraram com as caras pintadas, algo que na altura estava a entrar em moda», começa por dizer o actual treinador do Penafiel.

«Estragar a festa ao rival? Não acredito que os jogadores do Porto tenham isso em mente. Isso é mais uma coisa do público. O Porto é tetracampeão, sabe que vai ter de passar o testemunho a Benfica ou Braga e, certamente, quererá fazê-lo com brilho», acrescenta.

Desse ano, Lázaro recorda o início da convivência com Jorge Jesus. Enfim, o homem que espera fazer, neste domingo, a sua festa no recinto portista. «Naquela altura já se notava que o Jesus tinha potencial para ir longe. Acho que ele chegou demasiado tarde a um grande. A prova está no campeonato fantástico que tem feito, não só por estar na frente, mas a nível exibicional. Se for campeão vai ser com todo o mérito. Algumas pessoas levantaram dúvidas quando ele foi contratado, por isso julgo que agora é justo destacá-lo», remata o técnico, em conversa com o Maisfutebol.

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