quinta-feira, 6 de maio de 2010

Benfica tenta nova festa tardia: memórias de 2004/05

O Benfica entra na última jornada a um ponto do título. Agora, como em 2004/05, os corações encarnados batem com intensidade até ao derradeiro apito na competição. Desta vez, é o Sp. Braga a ameaçar pelo retrovisor, o Rio Ave a surgir como obstáculo real para a conquista desejada.

O cenário repete-se. Jesus falharia o objectivo com uma derrota e uma vitória do segundo classificado. Trapattoni encarou o mesmo quadro desportivo, numa corrida de trás para a frente. «E um plantel bem mais curto», recorda Álvaro Magalhães, então adjunto do treinador italiano.

No domingo, o Benfica recebe o Rio Ave. A festa está preparada, procurando desviar atenções do Nacional-Sp. Braga. «Em 2004 foi igual. A única diferença é que chegámos à frente mais perto do final. No nosso ano, quando fomos jogar com o Boavista, nem quisemos saber quanto estava o F.C. Porto. Sabíamos que só dependíamos de nós», lembra o actual técnico do Interclube de Luanda.

«Tentámos descontrair os jogadores»

Na época 2004/05, o Benfica isolou-se na liderança à penúltima jornada, vencendo o Sporting com um golo de Luisão. Bastava um empate no Bessa, frente a um Boavista já afastado da Europa. «Jogámos apenas pelo prestígio e brio profissional. Tínhamos perdido em Guimarães, onde o Carlos e o João Pinto foram expulsos. Nesse jogo com o Benfica também surgiram alguns casos, mas demos o melhor e podíamos ter vencido», considera Pedro Barny, antigo técnico dos axadrezados.

Simão Sabrosa colocou o Benfica em vantagem, na conversão de um castigo máximo (38m). Éder Gaúcho empatou, pouco depois. Os encarnados não conseguiram marcar novamente, mas a igualdade caseira do F.C. Porto, com a Académica, tranquilizava os adeptos que encheram o Estádio do Bessa.

«Nessa semana, não falámos muito. Aliás, tentámos foi descontrair os jogadores, apostando num trabalho mais psicológico. Pressão, já eles têm. Queriam todos ser campeões e festejar, como estes querem. Nesse ano foi mais difícil, tínhamos 13 ou 14 jogadores. Nesta altura, o plantel tem muitas alternativas, mesmo face às ausências», considera Álvaro Magalhães.

A direcção encarnada está optimista. Para a recepção ao Rio Ave, convidou todos os ex-campeões a marcar presença no Estádio da Luz, para participar na festa. Álvaro Magalhães não pode comparecer, devido aos compromissos do Interclube, mas espera festejar em Luanda. «Vou estar à frente da TV e aqui também há maioria de benfiquistas. Aliás, vários bairros tinham festas preparadas no fim-de-semana passado», rematou o técnico, em conversa com o Maisfutebol.

«É uma semana de solicitações»

Pedro Barny estava do outro lado. O antigo treinador do Boavista compreende a agitação em torno do Rio Ave, nos últimos dias. «É uma semana tensa, com muitas solicitações, muitas dúvidas. Há sempre tendência para analisar comportamentos. Basta ver o caso do Fábio Faria. É titular do Rio Ave, mas se jogar e correr mal, será criticado. Se não jogar, haverá críticas na mesma», lamenta.

«Não podemos controlar o grupo, durante a semana, porque eles podem sempre receber telefonemas, contactos pessoais, é difícil. Fazemos apenas o que a nossa consciência nos manda e, como profissionais, tentamos vencer. Foi isso que fizemos e podíamos ter conseguido», conclui Pedro Barny, em diálogo com o Maisfutebol.

Jesus barrou título ao F.C. Porto e...desceu

A época do último título encarnado não deixa grandes recordações a Jorge Jesus. O Moreirense, então orientado pelo técnico, esbracejava desesperadamente para evitar a descida e, a duas jornadas do final da Liga, recebia o F.C. Porto que ainda acalentava esperanças de chegar ao título.

Os dragões estavam atrás de Benfica e Sporting e comprometeram o «tri» na viagem a Moreira de Cónegos (1-1). O empate atrapalhou o F.C. Porto, mas também não ajudou muito o Moreirense, que veio a confirmar a descida na semana seguinte.

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