sexta-feira, 10 de setembro de 2010

1994: quando Robson juntou Mourinho, Villas-Boas e Domingos

O F.C. Porto-Sp. Braga, o primeiro jogo grande da Liga 2010/11, permitirá o reencontro entre André Villas-Boas e Domingos Paciência. Dois treinadores com um passado em comum, iniciado na casa do Dragão. Na história partilhada, destaca-se o ano de 1994, quando Bobby Robson chegou à Invicta.

Sir Bobby Robson, falecido há pouco mais de um ano, logrou juntar três homens que marcam o presente do futebol português. José Mourinho viajou com o treinador inglês, do Sporting para o F.C. Porto. Na Invicta, encontrou Domingos como ponta-de-lança e Villas-Boas como vizinho sedento de oportunidades.

No próximo sábado, no Estádio do Dragão, a marca do «Gentleman» sorridente e bem-disposto estará bem vincada. O F.C. Porto de André Villas-Boas, nesta altura líder e participante da Liga Europa, recebe o melhor Sp. Braga de sempre, orientado por Domingos Paciência e dividido entre duas frentes, uma delas a inusitada fase de grupos da Liga dos Campeões.

Quarteto de luxo até 1997

Villas-Boas, primeiro como mero adepto, habituou-se a vibrar com os golos de Domingos. Então jogador, o actual técnico arsenalista viu Robson chegar ao banco do F.C. Porto, com um prodígio chamado José Mourinho. Pouco depois, começaria a cruzar-se com André Villas-Boas, vizinho que convenceu o inglês a dar-lhe uma oportunidade no clube portista.

O quarteto de luxo manteria o contacto regular até 1997. Três anos de ensinamentos comuns, de crescimento sob a orientação inimitável de Bobby Robson. Quando o treinador partiu para Barcelona como bicampeão, Mourinho foi com ele. Domingos seguiu para o Tenerife e Villas-Boas ficou nas camadas jovens do F.C. Porto, onde acabava de conquistar o título nacional de juvenis, como adjunto de Ilídio Vale.

O reencontro antes de Mourinho

Domingos Paciência ficou dois anos nas Canárias, enquanto André Villas-Boas dividia o seu tempo entre a formação do F.C. Porto e os indispensáveis cursos de treinador. Em 2001, o actual técnico do Sp. Braga pendura as chuteiras e o timoneiro dos dragões regressa de uma experiência exótica nas Ilhas Virgens Britânicas. Mourinho, agora a solo, chega à Invicta para iniciar um período dourado dos dragões.

José Mourinho reencontra Villas-Boas e aproveita o seu potencial como observador de adversários. Domingos dá os primeiros passos como treinador nas camadas jovens do F.C. Porto, até chegar ao banco da equipa B (2004/05), logo após a partida desta dupla para o Chelsea.

Universidade do futebol em Coimbra

O Estádio do Dragão vai receber dois homens da casa, embora Paciência tenha dado passos por conta própria e esteja disposto a colocar sentimentos de lado. Foi hipótese para a sucessão a Jesualdo Ferreira, mas o vínculo ao Sp. Braga fez Pinto da Costa avançar com determinação para André Villas-Boas.

Sete meses após assumir o primeiro cargo como treinador principal, na Académica, Villas-Boas recebia o convite para orientar o clube do seu coração. Para trás, ficara a parceria com Mourinho, no F.C. Porto, Chelsea e Inter. Um dos principais adversários seria Domingos, outro técnico que passou pela Universidade de futebol em Coimbra, antes de chegar a um emblema que se fez grande.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

F.C. Porto: Fernando, um Polvo que voltou a ser livre

Fernando está mais feliz. Voltou a ter liberdade em campo, provando que tem qualidade para desempenhar outras funções que não defensivas. O médio do F.C. Porto soltou amarras e convenceu André Villas-Boas. Nele, reside parte do sucesso deste novo Dragão.

O Polvo, este que não adivinha resultados, aproveitou a oportunidade para saciar um desejo interior: marcar um golo. Na semana passada, frente ao Genk, estreou-se a marcar pelo F.C. Porto, em jogos oficiais. Tinha feito o mesmo na pré-época. O último pontapé certeiro remontava a 1 de Fevereiro de 2008, então no E. Amadora. Sim, dois anos e meio!

À terceira época de dragão ao peito, o primeiro tento com carimbo oficial. Em Portugal, marcara apenas de grande penalidade, num E. Amadora-Sp. Braga. Reapareceu nesta pré-temporada, com um golo oficioso, de cabeça. Finalmente, na recepção ao Genk, um pontapé de longe, a quebrar o enguiço.

«O meu foi bom mas o dele também»

Laionel assistiu ao jogo pela televisão e sorriu. O extremo da Académica, que recebera os parabéns de Fernando pelo golaço frente ao Benfica, correu a devolver o elogio. «Liguei-lhe e dei-lhe os parabéns, claro, logo depois do jogo. Ficou muito feliz. O meu golo foi bom, mas o dele também, foi um belo remate de longe», diz o jogador, ao Maisfutebol.

Do outro lado do Atlântico, uma reacção estupefacta. Sim, Fernando Reges marcou um golo! «A sério? Que bom! Ele nunca foi de marcar, é muito mais de entregar a bola. Fico muito feliz, porque é menino com muita qualidade, um rapaz educado, de família humilde», explica Edson Alves, treinador das camadas jovens do Vila Nova de Goiás, clube que transferiu o jogador para o F.C. Porto.

Fernando Reges é mais que um homem de sapa. Aliás, no actual esquema táctico do F.C. Porto, pertencem ao brasileiro os principais movimentos de desequilíbrio, a partir do sector intermediário.

Um Polvo com tentáculos longos

Laionel, amigo de Fernando desde os tempos do Vila Nova, confirma a felicidade do Polvo: «Ele agora é um jogador com mais liberdade, está mais adiantado no terreno. Quem o conhece há muito, como eu, sabe que ele tem a qualidade para atacar que está a demonstrar agora. No Brasil, como as equipas jogam com dois volantes, esses jogadores têm mais liberdade para atacar à vez. Acho que o Fernando está mais feliz agora, porque está mais livre.»

«Aqui no Brasil, ele jogava como volante ou segundo volante. É um jogador versátil, com muita qualidade, falta-lhe apenas mais alguma experiência e chegará à selecção do Brasil. É apenas uma questão de tempo. E ele merece», conclui o antigo técnico, Edson Alves, em diálogo com o Maisfutebol.

O F.C. Porto comprou Fernando em 2007, por 700 mil euros. Revelado pelo Vila Nova do Goiás, captou a atenção na selecção sub-20 do Brasil e tem justificado a aposta. Recuperando um vídeo do Polvo, com imagens antes da chegada a Portugal, confirma-se que a propensão ofensiva sempre esteve lá, guardada. Agora, pode ser livre.

F.C. Porto: Fernando, um Polvo que voltou a ser livre

Fernando está mais feliz. Voltou a ter liberdade em campo, provando que tem qualidade para desempenhar outras funções que não defensivas. O médio do F.C. Porto soltou amarras e convenceu André Villas-Boas. Nele, reside parte do sucesso deste novo Dragão.

O Polvo, este que não adivinha resultados, aproveitou a oportunidade para saciar um desejo interior: marcar um golo. Na semana passada, frente ao Genk, estreou-se a marcar pelo F.C. Porto, em jogos oficiais. Tinha feito o mesmo na pré-época. O último pontapé certeiro remontava a 1 de Fevereiro de 2008, então no E. Amadora. Sim, dois anos e meio!

À terceira época de dragão ao peito, o primeiro tento com carimbo oficial. Em Portugal, marcara apenas de grande penalidade, num E. Amadora-Sp. Braga. Reapareceu nesta pré-temporada, com um golo oficioso, de cabeça. Finalmente, na recepção ao Genk, um pontapé de longe, a quebrar o enguiço.

«O meu foi bom mas o dele também»

Laionel assistiu ao jogo pela televisão e sorriu. O extremo da Académica, que recebera os parabéns de Fernando pelo golaço frente ao Benfica, correu a devolver o elogio. «Liguei-lhe e dei-lhe os parabéns, claro, logo depois do jogo. Ficou muito feliz. O meu golo foi bom, mas o dele também, foi um belo remate de longe», diz o jogador, ao Maisfutebol.

Do outro lado do Atlântico, uma reacção estupefacta. Sim, Fernando Reges marcou um golo! «A sério? Que bom! Ele nunca foi de marcar, é muito mais de entregar a bola. Fico muito feliz, porque é menino com muita qualidade, um rapaz educado, de família humilde», explica Edson Alves, treinador das camadas jovens do Vila Nova de Goiás, clube que transferiu o jogador para o F.C. Porto.

Fernando Reges é mais que um homem de sapa. Aliás, no actual esquema táctico do F.C. Porto, pertencem ao brasileiro os principais movimentos de desequilíbrio, a partir do sector intermediário.

Um Polvo com tentáculos longos

Laionel, amigo de Fernando desde os tempos do Vila Nova, confirma a felicidade do Polvo: «Ele agora é um jogador com mais liberdade, está mais adiantado no terreno. Quem o conhece há muito, como eu, sabe que ele tem a qualidade para atacar que está a demonstrar agora. No Brasil, como as equipas jogam com dois volantes, esses jogadores têm mais liberdade para atacar à vez. Acho que o Fernando está mais feliz agora, porque está mais livre.»

«Aqui no Brasil, ele jogava como volante ou segundo volante. É um jogador versátil, com muita qualidade, falta-lhe apenas mais alguma experiência e chegará à selecção do Brasil. É apenas uma questão de tempo. E ele merece», conclui o antigo técnico, Edson Alves, em diálogo com o Maisfutebol.

O F.C. Porto comprou Fernando em 2007, por 700 mil euros. Revelado pelo Vila Nova do Goiás, captou a atenção na selecção sub-20 do Brasil e tem justificado a aposta. Recuperando um vídeo do Polvo, com imagens antes da chegada a Portugal, confirma-se que a propensão ofensiva sempre esteve lá, guardada. Agora, pode ser livre.

Chipre: um Jardel parado, o talentoso Effrem e pouco mais

Entre a meia centena de portugueses que faz carreira no futebol do Chipre, o Maisfutebol nomeou dois espiões com enquadramento privilegiado. O adversário de Portugal convocou 7 jogadores do Omonia e 6 de APOEL de Nicósia.

Edgar Marcelino passou pelo Omonia e Hélio Pinto joga no APOEL. Bruno Aguiar, o único luso a alinhar na equipa que mais abastece a selecção, está impedido de falar. O médio explicou-nos isso mesmo, de forma delicada.

«O Omonia é um clube muito complicado. Até contratou os melhores jogadores cipriotas só para satisfazer os adeptos. Estive lá e quis sair, por causa das confusões. Aliás, aqui não há muito profissionalismo, nos dirigentes e treinadores», desabafa Edgar Marcelino, actualmente no APOP. Hélio Pinto assina por baixo.

«Konstantinou não se mexe»

Entre estes dois clubes forma-se o núcleo duro da selecção que vai defrontar Portugal, nesta sexta-feira. Michalis Konstantinou é a referência ofensiva, o mais reputado entre os cipriotas, apesar do cansaço provocado pelos 32 anos. «Parece o Jardel dos tempos do Sporting. Mas mesmo assim, o Jardel resolvia, nessa altura. O Konstantinou não se mexe, não sei se aguenta 60 minutos, mas tem experiência, claro», diz Marcelino.

Hélio Pinto garante que os cipriotas fizeram poucas perguntas sobre Portugal. «Eles sabem tudo, conhecem os jogadores todos. Só brincámos no balneário com o nosso lateral, a dizer-lhe que ia levar com o Ronaldo, ele ficou assustado. Mas afinal não», diz o médio, entre gargalhadas. Marios Elia e Savvas Poursaitides, seus colegas de equipa, são os laterais do Chipre.

«O Constantinos Charalambides é o capitão do APOEL, é um 10 com qualidade e bate bem livres. Mas, no geral, com a qualidade que Portugal tem, dá para ganhar. O Chipre é mais forte em casa, no ano passado surpreendeu a Itália, mas fora são acessíveis. Se Portugal mantiver a concentração e não relaxar, vence», sentencia Hélio Pinto, formado no Benfica.

«Não se comparam aos portugueses»

«O futebol no Chipre tem melhorado nos últimos anos, com a presença dos estrangeiros, se bem que nem todos têm qualidade. Ainda assim, o talento dos jogadores do Chipre não se compara aos portugueses. A selecção tem jogadores rápidos, essencialmente isso, mas são limitados no aspecto táctico e o pior é mesmo a defesa», garante Edgar Marcelino.

O extremo, formado no Sporting, consegue apenas elogiar, de forma natural, um jogador do Chipre. «Para mim, Georgios Efrem é o jogador que tem mais qualidade, porque passou pelas escolas do Arsenal», conclui Marcelino.

Hélio fica, Marcelino pensa sair

Hélio Pinto foi um dos primeiros portugueses a chegar ao Chipre. Hoje em dia, são mais de cinquenta. O médio ofensivo, actualmente com 26 anos, sente-se feliz no APOEL de Nicósia. «Nos últimos tempos, sempre que saio à rua, encontro um português ou um brasileiro. Foi o que mudou desde que cheguei, ao início éramos poucos. Estou bem aqui e quero ficar onde me sinto bem», diz ao Maisfutebol.

Edgar Marcelino sente o oposto. Ficou marcado pela passagem amarga pelo Omonia, esteve seis meses em Espanha mas voltou ao Chipre no ano passado, para jogar pelo APOP. Uma lesão grave adiou a concretização do desejo: sair. «Agora penso recuperar e ver o que surge em Janeiro. Podia ter ido para o Rapid de Viena, mas fiz uma rotura e comecei apenas a treinar agora. Voltar a Portugal? Até prescindia do dinheiro, mas apostam pouco nos portugueses. Voltar para perder desportiva e financeiramente, não», remata o extremo de 25 anos.