terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ricky, lembra-se? 6 golos no Benfica, herói no Boavista

Richard Daddy Owubokiri deixou saudades no futebol português. Recue até aos anos 90, reduza este nome a Ricky e tente recordar alguns golos do avançado nigeriano. Muitos, por sinal. Chegou ao nosso país para jogar no Benfica, marcando apenas seis tentos. A maior dose estava reservada para o Boavista.

«Fiz apenas seis golos no Benfica, mas fui artilheiro no Boavista e em muitos clubes por onde passei. Tive pena mas, depois do Boavista, nunca mais houve uma abordagem de um grande clube do futebol português», recorda o antigo ponta-de-lança. Artilheiro, assim mesmo em brasileiro, língua que acompanha Ricky desde a recta final da carreira.

Empresário FIFA radicado em Salvador da Bahia, Ricky faz uma viagem no tempo, em conversa com o Maisfutebol. Era um matador puro, rotulado de flop no Benfica, catapultado a herói no Benfica. Foi o melhor marcador do campeonato português em 1992, com 30 golos em 34 jogos!

«Fiz do Metz em 1988, mas tive um azar tremendo logo no primeiro jogo pelo Benfica. Parti uma perna e nunca mais me consegui impor», lamenta o ex-jogador. Não foi bem assim. Tem uma média de um golo por jogo na Luz. Seis em seis partidas. Pena que tenham sido todos no mesmo encontro.

Em Janeiro de 1989, completou um duplo «hat-trick» frente ao Riachense (14-1), na Taça de Portugal. «Fiz um jogo incrível mesmo, e marquei seis golos. Mas acabei por sair, fui para o Estrela e atravessei a melhor fase da minha carreira no Boavista», recorda.

Ricky, Marlon Brandão, João Pinto, Artur...

O Boavista encantou no início dos anos 90. Presididos por Valentim Loureiro, orientados por Manuel José, os axadrezados começaram a lançar as bases para o futuro. Risonho por vezes, cinzento na actualidade. «Éramos um clube de bairro, mas vencemos uma Taça de Portugal, uma Supertaça, fizemos um terceiro lugar e surpreendemos nas competições europeias. Grandes anos, aqueles», desabafa.

Ricky marcava. À sua volta, Marlon Brandão, João Vieira Pinto primeiro, Artur depois. Nomes que ficaram gravados na memória dos adeptos: «Era um grande ataque, mesmo. Para mim, o melhor ano foi com João Pinto, Marlon e Ricky. Era um trio perfeito. Depois veio o Artur, outro grande jogador, com um estilo diferente.» O presente, contudo, entristece o antigo goleador. «Sinto muita tristeza pelo que está a acontecer ao clube, gostava de ajudar. Vou torcer para que o clube volte ao lugar que merece», promete.

De Portugal para o Mundo

O internacional nigeriano saiu do Boavista em 1994. Passou pelo Vitória da Bahia, pelo Belenenses e terminou no Qatar. Um admirável mundo novo. «Era um bom campeonato, ainda sem grandes estrelas. Fiz muitos golos e estabeleci um recorde, que foi depois batido pelo Batistuta, anos mais tarde.»

Quando encerrou a carreira de, Ricky regressou à Bahia que tanto o encantara. Subsiste como empresário de jogadores, fala a língua de Camões com uma desenvoltura assinalável e promete uma visita a Portugal para Abril. Os adeptos não se esquecem dele.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

F.C. Porto: descubra David Addy, uma espécie de Daniel Alves

Chegou a perceber quem é David Addy, de onde veio? O lateral ganês chegou ao F.C. Porto no último dia de Janeiro, quando os focos noticiosos estavam apontados para Kléber, que regressaria ao Brasil. No domingo, o último reforço portista celebrou o 20º aniversário. Uma boa altura para conhecê-lo melhor.

Antes de mais, o essencial, aquilo que provavelmente já sabe. Addy é um lateral esquerdo de características ofensivas, internacional AA (2 jogos) mas sobretudo sub-20 pelo Gana. Venceu o Mundial da categoria no ano passado, frente ao Brasil, como titular indiscutível.

David Addy começou no International Allies, um clube vocacionado para a formação. Em 2005, passou para o All Starts, emblema com tradição do Gana. Em 2008, foi descoberto pelo Randers da Dinamarca. Contratado a custo zero e transferido pelo F.C. Porto por 800 mil euros, dois anos e 15 jogos depois.

«Pode ser um Daniel Alves»

Peter Christiansen éo responsável pela prospecção do Randers e descobriu Addy no imenso filão africano. Apostou no jovem e financiou a viagem para a Dinamarca. O esquerdino fez meia dúzia de treinos, um par de jogos particulares e assinou.

«Estava à procura de um jogador que pudesse alinhar como lateral ou extremo. O David era isso mesmo. Convidámo-lo para vir treinar ao Randers e acabou por assinar. Nunca duvidei dele, porque já o acompanhava desde os sub-18 do Gana. O seu potencial pareceu-me incrível», começa por dizer, em entrevista ao Maisfutebol.

Os adeptos gostam de referências. Afinal, que tipo de jogador é Addy? «Se tivesse de comparar estilos, dizia um Daniel Alves (Barcelona). Sei que ele joga na direita, mas tem a mesma estatura, a mesma capacidade ofensiva e mentalidade vencedora. O David ainda é novo, mas tem todas as condições para chegar lá», acredita Christiansen.

«Ele precisa de melhorar, mas ainda é muito novo, tem um potencial ENORME. Precisa de ganhar cinco quilos de massa muscular para ser um lateral de classe mundial. No ataque, ele é criativo e tem muitos truques na manga. Terá de se adaptar ao F.C. Porto, mas é um rapaz inteligente e irá fazê-lo rapidamente», vaticina o dirigente do Randers.

Antes de mais, fica o aviso: o F.C. Porto contratou um dois-em-um. Addy pode perfeitamente jogar como extremo esquerdo: «Quando chegou ao Randers, jogava como extremo, devido à sua falta de cultura para defender ao estilo europeu. Mas também jogou como lateral e pode desempenhar as duas funções a nível internacional, como vimos no jogo europeu com o Hamburgo, onde foi o melhor em campo.»

Entre a cozinha e o dinamarquês

David Addy distingue-se pelo sorriso rasgado e o resguardo da vida familiar. «Não sei muito sobre o seu passado, o David é muito reservado em relação a isso. Sei que ele e a mãe têm uma forte ligação. Quando chegou à Dinamarca, adaptou-se bem. Os colegas convidaram-no para jantares em casa deles e ensinaram-no a cozinhar, ajudaram-no a ir às compras. A principal dificuldade foi o primeiro Inverno cá, para ele», diz Christiansen, entre sorrisos.

«Ele aprende depressa, é um rapaz positivo e tem sempre um grande sorriso. Tem uma mente europeia, muito aberta. Lembro-me que colocámos o David em aulas de dinamarquês mal chegou. Fartámo-nos de rir com os primeiros tempos dele. Mas ele lá sorria, aprendia rapidamente e deixou-nos surpreendidos. Tem um potencial ENORME», repete o dirigente do Randers, assim mesmo, com maiúsculas. Em jeito de aperitivo para o futuro.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mourinho: o filme de oito anos de invencibilidade caseira na Liga

José Mourinho comemora oito anos sem derrotas caseiras. A Sampdória, último obstáculo na lista impressionante de 130 jogos, não conseguiu apagar a marca do Special One.

Curiosamente, o Inter terminou o encontro com nove jogadores (0-0), tal como aconteceu ao F.C. Porto em 2002, no último desaire do técnico português.

São 130 encontros em três ligas distintas. Portugal, Inglaterra e Itália. A todas, ele resistiu. Nos campeonatos locais, na condição de visitado, ninguém conseguiu derrubar as equipas de Mourinho.

Neste sábado, o treinador comemora antes do tempo uma inevitabilidade. A última derrota remonta a 23 de Fevereiro de 2002. Até terça-feira, 23 de Fevereiro de 2010, já não há jogos. De futebol, pelo menos. Derrotas numa cartada ou no jogo de moeda não servirão para perturbar este aniversário.

O Beira Mar sorri. A primeira vitória dos aveirenses no Porto, então no Estádio das Antas, foi a última de José Mourinho nos campeonatos nacionais. Os azuis e brancos ainda sonhavam com a conquista do título, mas tombaram com apenas nove elementos.

«Nunca pensei que isto perdurasse tanto no tempo. Ainda esta semana ligaram-me de Itália para falar sobre o tema. Penso que temos de dar mérito, sobretudo, ao José Mourinho», enaltece António Sousa, treinador dos aveirenses em 2002.

«Um treinador sem medo»

Em entrevista ao Maisfutebol, Sousa recorda aquele 2-3 no Estádio das Antas. Pelo meio, dá os parabéns ao seu homólogo do Inter de Milão, pelo registo verdadeiramente assombroso.

«Tem sido um treinador muito pragmático. Não será o tipo de futebol que mais apaixone os adeptos, mas o Mourinho joga sempre para vencer. Talvez seja por isso mesmo que esteja com esta marca há tanto tempo», diz o antigo treinador do Beira Mar.

Como poderá ler mais adiante, o F.C. Porto perdeu esse jogo de 2002 por ter feito, precisamente, tudo para o ganhar. Apenas com nove jogadores. Jorge Andrade e Deco foram expulsos, mas Mourinho pensava apenas no triunfo. Neste sábado, oito anos depois, voltou a sentir essa ânsia frente à Sampdoria. Desta vez, ficou em branco.

Fary saltou do banco de suplentes para dar a vitória ao Beira Mar, com dois golos, recordando um treinador destemido desde a primeira hora. «Viu-se logo que estávamos a defrontar um treinador sem medo, que ia mexer nas coisas, no futebol português e não só», remata o avançado.

José Mourinho não mais parou. Superou todos os obstáculos e acumulou resultados positivos ao longo de oitos anos. No início da época seguinte, arrancou para um ciclo de 35 triunfos consecutivos, como visitado. Um campeonato inteiro a vencer, desde o F.C. Porto até ao início da carreira no Chelsea. Seguiu-se o Inter de Milão, mas a história é sempre a mesma.

O mérito do Beira Mar

Reserva-se um capítulo para enaltecer o mérito do Beira Mar. Fez algo que não esteve ao alcance de Benfica, Sporting, Manchester United, Arsenal, Liverpool, AC Milan ou Juventus. Oito anos depois, onde estão os heróis?

«Estou há um ano parado. É muito estranho, mas nunca fui de bater à porta, não tenho lobbies. Sinto-me frustrado porque preciso do futebol, é a minha vida e sinto falta. Mostrei trabalho, mas só têm surgido propostas do estrangeiro. Espero regressar em breve», desabafa o técnico António Sousa.

Fary regressou ao Beira Mar. No início da época, perdeu o estatuto de capitão e goleador. «Estamos a fazer um bom campeonato e eu estou bem, mas não jogo. Faço golos enormes nos treinos, o resto não depende de mim. Os adeptos e os dirigentes dão-me apoio e espero, no final da época, falar sobre o assunto. Até dava para escrever um livro», conclui o avançado.

Mourinho: perdeu em 2002 porque quis vencer só com nove

«Todos os treinadores meteriam um central, naquela situação», diz Fary. Quase todos. O Special One não. A 23 de Fevereiro de 2002, Mourinho sofreu a última derrota como anfitrião, em jogos dos campeões nacionais. Porquê? Porque quis vencer, mesmo com um F.C. Porto reduzido a nove.

Esse desaire frente ao Beira Mar, por estranho que pareça, serviu de cartão de visita para um treinador com um futuro brilhante no horizonte. Oito anos depois, percebe-se verdadeiramente a mentalidade vencedora do treinador português.

José Mourinho chegou às Antas e prometeu o título nacional para o ano seguinte. Contudo, o técnico ainda acreditava na recuperação imediata. A derrota frente aos aveirenses afastou o sonho.

«O F.C. Porto vinha de várias vitórias consecutivas, mas perdeu aí a corrida pelo título, em minha opinião. Talvez por isso, mesmo em inferioridade numérica, o Mourinho manteve sempre a estrutura e a equipa jogou de forma agressiva», recorda António Sousa, treinador do Beira Mar, à época.

«Vais rebentar com aquilo tudo»

Jorge Andrade foi expulso antes da meia-hora, ao derrubar Bruno Ribeiro à entrada da área do F.C. Porto. Na conversão do livre, Cristiano colocou os visitantes em vantagem. No meio da confusão, Deco ainda viu um amarelo por protestos.

Apesar da inferioridade numérica, Mourinho não mexe. «Qualquer treinador meteria um central, para recompor a defesa. Se calhar, dessa forma, não perderia o jogo. Mas ele quis ganhar», repete Fary, ao Maisfutebol.

Ainda antes do intervalo, McCarthy empata após assistência de Deco. O F.C. Porto renascia. «Eu andava a marcar golos, mas nesse jogo o treinador disse-me que ia começar no banco. Pediu-me desculpa e avisou: na segunda parte, vais entrar para rebentar com aquilo tudo», recorda Fary. Assim foi. Entrou e marcou dois golos.

O Beira Mar venceu (2-3) mas nunca pensou sofrer tanto, contra nove elementos. O senegalês marcou o seu primeiro golo ao minuto 52 e Deco foi expulso por acumulação a um quarto-de-final. Tudo parecia resolvido.

«Calma, que eles estão mortos!»

Mourinho foi corajoso. Sem Jorge Andrade, ficou com a defesa a três e pediu a Paredes para compensar. Na segunda parte, lançou Costinha para tirar Ricardo Carvalho, o central que sobrava. Ainda apostou em Postiga e Paulo Costa. Tudo para vencer.

«Continuaram a jogar de forma muito agressiva e chegaram mesmo ao 2-2! Lembro-me que conseguimos enervá-los mas nessa altura estávamos a perder o controlo. Chamei o Jorge Neves e disse-lhe para transmitir ao grupo: tenham calma, circulem a bola que eles estão mortos», conta António Sousa, ao Maisfutebol.

Nos últimos dez minutos, o F.C. Porto empata, mas joga com nove e sem centrais de raiz. Está de rastos, fisicamente. Dera tudo o que tinha. Não chegou. Fary aproveita novo passe magistral de Juninho Petrolina para bisar e fazer o resultado final (2-3).

«O Sousa mandou-me aquecer logo quando o Jorge Andrade foi expulso. Ele sabia que eu era mais rápido que o Ricardo Carvalho ou o Paredes, que estava a fazer as dobras. Se o Mourinho tivesse metido um central, se calhar não perdia», repete Fary, pela terceira vez. Pois não. Mas também não venceria tanto como venceu, até hoje. Já lá vão oito anos.

130 jogos sem perder, com 35 vitórias consecutivas

Eis os 130 jogos de Mourinho sem derrotas caseiras. Destaque para um ciclo de 35 vitórias!

Lista:

1º. F.C. Porto-Alverca, 0-0
2º. F.C. Porto-Gil Vicente, 2-1
3º. F.C. Porto-V. Guimarães, 3-0
4º. F.C. Porto-Santa Clara, 5-3
5º. F.C. Porto-Belenenses, 2-2
6º. F.C. Porto-Gil Vicente, 3-1
7º. F.C. Porto-Marítimo, 1-0
8º. F.C. Porto-Benfica, 2-1
9º. F.C. Porto-Nacional, 5-2
10º. F.C. Porto-Académica, 4-1
11º. F.C. Porto-P. Ferreira, 2-1
12º. F.C. Porto-Sp. Braga, 3-0
13º. F.C. Porto-Boavista, 1-0
14º. F.C. Porto-V. Guimarães, 2-1
15º. F.C. Porto-Beira Mar, 3-0
16º. F.C. Porto- U. Leiria, 2-0
17º. F.C. Porto-V. Setúbal, 3-0
18º. F.C. Porto-Moreirense, 2-1
19º. F.C. Porto-Santa Clara, 5-0
20º. F.C. Porto-Varzim, 3-2
21º. F.C. Porto-Sporting, 2-0
22º. F.C. Porto-Sp. Braga, 2-0
23º. F.C. Porto-Sporting, 4-1
24º. F.C. Porto-Benfica, 2-0
25º. F.C. Porto-Académica, 4-1
26º. F.C. Porto-Nacional, 1-0
27º. F.C. Porto-Gil Vicente, 4-1
28º. F.C. Porto-Beira Mar, 3-0
29º. F.C. Porto-Rio Ave, 1-0
30º. F.C. Porto-E. Amadora, 2-0
31º. F.C. Porto-U. Leiria, 2-1
32º. F.C. Porto-V. Guimarães, 3-0
33º. F.C. Porto-Belenenses, 4-1
34º. F.C. Porto-Boavista, 1-0
35º. F.C. Porto-Moreirense, 1-0
36º. F.C. Porto-Marítimo, 1-0
37º. F.C. Porto-Alverca, 1-0
38º. F.C. Porto-P. Ferreira, 3-1
39º. Chelsea-Man. United, 1-0
40º. Chelsea-Southampton, 2-1
41º. Chelsea-Tottenham, 0-0
42º. Chelsea-Liverpool, 1-0
43º. Chelsea-Blackburn, 4-0
44º. Chelsea-Everton, 1-0
45º. Chelsea-Bolton, 2-2
46º. Chelsea-Newcastle, 4-0
47º. Chelsea-Norwich, 4-0
48º. Chelsea-Aston Villa, 1-0
49º. Chelsea-Middlesbrough2-0
50º. Chelsea-Portsmouth, 3-0
51º. Chelsea-Man. City, 0-0
52º. Chelsea-WBA, 1-0
53º. Chelsea-Crystal Palace, 4-1
54º. Chelsea-Birmingham, 1-1
55º. Chelsea-Arsenal, 0-0
56º. Chelsea-Fulham, 3-1
57º. Chelsea-Charlton, 1-0
58º. Chelsea-Arsenal, 1-0
59º. Chelsea-WBA, 4-0
60º. Chelsea-Sunderland, 2-0
61º. Chelsea-Aston Villa, 2-1
62º. Chelsea-Bolton, 5-1
63º. Chelsea-Blackburn, 4-2
64º. Chelsea-Newcastle, 3-0
65º. Chelsea-Middlesbrough, 1-0
66º. Chelsea-Wigan, 1-0
67º. Chelsea-Fulham, 3-2
68º. Chelsea-Birmingham, 2-0
69º. Chelsea-Charlton, 1-1
70º. Chelsea-Liverpool, 2-0
71º. Chelsea-Portsmouth, 2-0
72º. Chelsea-Tottenham, 2-1
73º. Chelsea-Man. City, 2-0
74º. Chelsea-West Ham, 4-1
75º. Chelsea-Everton, 3-0
76º. Chelsea-Man. United, 3-0
77º. Chelsea-Man. City, 3-0
78º. Chelsea-Charlton, 2-1
79º. Chelsea-Liverpool, 1-0
80º. Chelsea-Aston Villa, 1-1
81º. Chelsea-Portsmouth, 2-1
82º. Chelsea-Watford, 4-0
83º. Chelsea-West Ham, 1-0
84º. Chelsea-Arsenal, 1-1
85º. Chelsea-Newcastle, 0-0
86º. Chelsea-Reading, 2-2
87º. Chelsea-Fulham, 2-2
88º. Chelsea-Wigan, 4-0
89º. Chelsea-Blackburn, 3-0
90º. Chelsea-Middlesbrough, 3-0
91º. Chelsea-Sheffield United, 3-0
92º. Chelsea-Tottenham, 1-0
93º. Chelsea-Bolton, 2-2
94º. Chelsea-Man. United, 0-0
95º. Chelsea-Everton, 1-1
96º. Chelsea-Birmingham, 3-2
97º. Chelsea-Portsmouth, 1-0
98º. Chelsea-Blackburn, 0-0
99º. Inter-Catania, 2-1
100º. Inter-Lecce, 1-0
101º. Inter-Bolonha, 2-1
102º. Inter-Génova, 0-0
103º. Inter-Udinese, 1-0
104º. Inter-Juventus, 1-0
105º. Inter-Nápoles, 2-1
106º. Inter-Chievo, 4-2
107º. Inter-Cagliari, 1-1
108º. Inter-Sampdória, 1-0
109º. Inter-Torino, 1-1
110º. Inter-Milan, 2-1
111º. Inter-Roma, 3-3
112º. Inter-Fiorentina, 2-0
113º. Inter-Reggina, 3-0
114º. Inter-Palermo, 2-2
115º. Inter-Lazio, 2-0
116º. Inter-Siena, 3-0
117º. Inter-Atalanta, 4-3
118º. Inter-Bari, 1-1
119º. Inter-Parma, 2-0
120º. Inter-Nápoles, 3-1
121º. Inter-Udinese, 2-1
122º. Inter-Catania, 2-1
123º. Inter-Palermo, 5-3
124º. Inter-Roma, 1-1
125º. Inter-Fiorentina, 1-0
126º. Inter-Lazio, 1-0
127º. Inter-Siena, 4-3
128º. Inter-Milan, 2-0
129º. Inter-Cagliari, 3-0
130º. Inter-Sampdoria, 0-0

105 vitórias; 25 empates
Maior série de vitórias: 35 (início em F.C. Porto-Gil Vicente, 3-1; fim em Chelsea-Southampton, 2-1)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Quinzinho: dançarino das Antas foi Qiao Ji Mu durante 7 anos

Quinzinho, lembra-se dele? Do homem que conseguiu irritar o simpático Bobby Robson, com a simples celebração de um golo? O antigo avançado do F.C. Porto reapareceu no radar futebolístico depois de oito anos no futebol chinês, a responder pelo nome de Qiao Ji Ju!

Aos 35 anos, Joaquim Alberto Silva ainda gosta de balançar as redes contrárias e prepara-se para jogar no campeonato de Angola, com a camisola do Recreativo de Caalá. Quinzinho, recordado com saudade pelos adeptos portistas, face ao seu entusiasmo e futebol desconcertante, orgulha-se de ter contribuído para o pentacampeonato do F.C. Porto.

O avançado trabalhou com Bobby Robson, António Oliveira e Fernando Santos. Concorreu com nomes como Domingos Paciência ou Mário Jardel, mas ainda encontrou espaço para marcar golos importantes. Certo dia, decidiu festejar com uma dança junto à bandeirola de canto. Robson ficou estupefacto.

«Nunca mais se esqueceu. Mesmo nos treinos, eu queria era rematar à baliza. Então ele dizia: Quinzinho, quando marcares três golos num jogo, já podes dançar à vontade», recorda o antigo internacional de Angola.

«Esperava mais no F.C. Porto»

Quinzinho chegou ao F.C. Porto em 1995, oriundo do ASA de Luanda. No ano seguinte, marcou o primeiro golo na história da selecção de Angola, numa fase final de uma Taça das Nações Africanas. Contudo, nas Antas, as alegrias surgiam a espaços.

«Foram dos melhores anos da minha vida, venci dois campeonatos e duas taças, mas havia Mário Jardel. Era um fenómeno. Mas sinceramente, esperava mais dessa passagem pelo F.C. Porto. Quanto tiver oportunidades, fiz golos», lembra.

Os adeptos do clube azul e branco não mais esqueceram Quizinho: «Fui muito acarinhado no Porto. Ainda agora, sempre que lá vou, os adeptos ainda me chamam na rua: Quinzinho, Quinzinho, eras o maior»

A China e o futebol até aos 37 anos

Quinzinho jogou no F.C. Porto, mas também no U. Leiria, Rio Ave, Farense, Aves, Alverca e Estoril. Esteve ainda no Rayo Vallecano. De repente, em 2002, mudou de ares e experimentou o futebol chinês. Até 2009.

«Foi uma experiência muito bom, é um país diferente, mas com qualidade no futebol e no estilo de vida. Lá era conhecido como Qiao Ji Ju, que quer dizer Quinzinho na língua deles. Era esse nome que tinha na camisola», conta o avançado.

O internacional angolano esteve ligado ao Xiamen Lanshi até final da época passada. Agora, vai regressar ao futebol do seu país. «Ainda tenho muito futebol para dar. Fiquei seis meses parado, mas com o treino vou ao sítio. Quero jogar mais dois anos, depois ainda não sei o que vou fazer», remata Quinzinho.

«Para o F.C. Porto, desejo boa sorte. Aquele clube tem uma força fora do normal e ainda pode ser campeão». Fica a mensagem.

Braga: um Sporting verde convertido em Arsenal do Minho

O F.C. Porto recebe o segundo Arsenal em cinco dias. Na Liga dos Campeões, o original de Londres tombou por 2-1. Segue-se o Sp. Braga, candidato confirmadíssimo ao título nacional, num duelo decisivo para os dragões.

A coincidência despertou a dúvida: afinal, de onde veio aquele interesse minhoto pelos Gunners?

O Sporting Clube de Braga surgiu oficialmente em 1921, com o clube a assumir essa data por coincidir com os primeiros estatutos.

Antes, desde 1919, enquanto um grupo de jovens da cidade preparava os alicerces firmes para o futuro, o clube equipava de verde e branco. Sim, como o Sporting.

O nome denuncia as origens. Na história do Benfica, surgem relatos de divergências entre os minhotos que apoiavam o emblema encarnado (com ligações ao extinto Estrela F.C.) e os outros, virados para o verde.

Os registos do Sp. Braga não ecoam estes relatos difusos, até porque o clube assumiu identidade própria no momento do nascimento oficial. Própria com imagem importada.

O Arsenal do Minho

«A ideia do equipamento passar a ser idêntico ao Arsenal de Londres foi trazido de Lisboa para Braga, segundo recordava meu pai, pelo Germano de Vasconcelos, altamente influenciado por Joseph Szabo que tinha estado em Londres e ficou maravilhado com o Arsenal, na altura considerado o melhor clube da actualidade, acabando por entusiasmar fortemente os bracarenses com a ideia.»

Carlos Andrade Lobo, filho de Celestino Lobo (um dos fundadores do clube) e pai do comentador desportivo Luís Freitas Lobo, explicaa história ao Maisfutebol.

Carlos Andrade Lobo reconhece que, no primeiro par de anos de Sporting de Braga, antes dos estatutos oficiais, a equipa utilizava um equipamento parecido com o Stromp dos leões de Alvalade: camisola branca e verde, risca ao meio.

«É verdade que, na primeira versão, ao equipamento foi verde e branco, idêntico ao Stromp do Sporting Clube de Portugal, mas o Braga nunca teve qualquer ligação com o Sporting lisboeta. No entanto, foi uma situação que teve pouco tempo de vida, pois queriam ter uma identidade própria. Aliás, nos primeiros estatutos oficiais do Sporting de Braga, por sinal elaborada por meu pai em 1921, já consideravam as cores do clube como o vermelho e branco», realça.

A afirmação dos Guerreiros

Sócio número 28 do Sp. Braga, o filho de um dos fundadores do Sp. Braga paga quotas há mais de 60 anos. Acompanhou de perto a história do clube e recorda os relatos do pai.

«A ideia de criar um clube apareceu por volta de 1918/19, e segundo contava meu pai, pela necessidade de um grupo de jovens de Braga. Só cerca de 2 anos mais tarde é que entenderam dar uma maior dimensão ao clube.»

A identidade do Sporting Clube de Braga cresceu a par das suas conquistas. A importação das camisolas, o apelido de Arsenal do Minho, são apenas parte de uma história rica. Os vencedores da Taça Intertoto, agora candidatos ao título da Liga, promovem o epíteto de Guerreiros.

Para Carlos Andrade Lobo, um ponto do Dragão catapultará a equipa para a conquista do ceptro nacional. E aí, sem margem para dúvidas, o Braga deixará de prestas quaisquer contas ao Sporting ou mesmo ao Arsenal de Londres.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Hulk já venceu um Porto-Arsenal no Agreste Parabiano (vídeo)

Hulk contra Denilson, um F.C. Porto-Arsenal em pleno Agreste Parabiano. Não acredita? Basta ver o vídeo no final desta prosa. O duelo, agora reeditado na Liga dos Campeões, propagou-se para outras latitudes, atravessando o Atlântico para conquistar os adeptos brasileiros. Foi no Verão de 2009 e aqui fica uma boa notícia para os portistas: Hulk venceu por 3-2.

«Jogámos juntos na juventude. O Hulk é da Paraíba e minha família também é de lá, por isso houve uma afinidade e acabámos por nos tornar amigos. Depois ele foi para o futebol japonês e eu vim para a Inglaterra. Perdemos o contacto. Só nos voltamos a encontrar na temporada passada, no confronto entre Arsenal e F.C. Porto, na Liga dos Campeões», explica Denilson ao Maisfutebol, com a intermediação da sua assessoria de imprensa.

Denilson reencontrou Hulk na época passada e agendou um encontro particular para o interior do estado da Paraíba, no Brasil. Uma forma de juntar amigos e doar cestas de alimentos para famílias carenciadas da região. A 7 de Junho, num relvado à moda dos Distritais, as pessoas dispersaram pelo peão (não havia bancadas) para assistir a um duelo europeu.

Hulk levou vários equipamentos do F.C. Porto, Denilson fez o mesmo com a roupagem alternativa do Arsenal. Jogou-se em Alagoa Nova, terra dos pais do médio. Mesmo na condição de visitantes, os dragões formados por Hulk, seus amigos e familiares chegaram ao triunfo. O pai do portista falou com emoção sobre o crescimento de Givanildo, vulgo Hulk.

«Foi um jogo beneficente e o objectivo foi arrecadar alimentos para as famílias necessitadas que vivem na cidade. Felizmente cumprimos o nosso objectivo e ajudamos muita gente que precisava. Naquele jogo eu posso dizer que nós dois saímos vencedores, pois conquistámos o nosso principal objectivo que era ajudar as pessoas. O resultado do jogo foi o menos importante», atira Denilson, acrescentando: «Agora teremos um jogo a sério e estou muito feliz por poder enfrentar o Porto, pois poderei rever o meu amigo Hulk.»

O avançado brasileiro continua afastado da competição, devido à suspensão preventiva imposta após os incidentes no túnel da Luz. Enquanto espera pela conclusão do processo, Hulk treina arduamente para regressar aos relvados da Liga dos Campeões. Tal como o Maisfutebol avançou, Jesualdo Ferreira pondera utilizar o jogador, apesar da natural falta de ritmo.

Contas feitas, Hulk perdeu um jogo com o Arsenal e venceu dois. Um no Dragão (2-0), outro no chamado Agreste Parabaino (3-2), sem milhões à mistura. Contudo, o primeiro dos duelos com Denilson, o momento do reencontro, ficou marcado pela goleada dos Gunners (4-0) e por um largo sorriso de Arsène Wenger, após falhanço da sua equipa na enxurrada.

Essa imagem continua na memória dos adeptos do F.C. Porto, mas os jogadores do Arsenal nem se aperceberam do ultraje. «Sinceramente, não sabia disso. Mas acredito que o Arsène Wenger não faria isso com a intenção de menosprezar o Porto, pois ele é um técnico muito experiente e consciente. Acredito que tenha sido um mal entendido», remata Denilson.

Veja o vídeo:

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Bischoff reencontra Wenger: do Arsenal às Aves em meio ano

Amaury Bischoff jogou na Taça UEFA há dois anos, pelo Werder Bremen. Na época passada, sentiu as emoções da Premier League com a camisola do Arsenal. Agora, sente a dureza da Liga de Honra. Em seis meses, o internacional português passou de Londres para a Vila das Aves.

A visita do Arsenal a Portugal, na primeira parte do duelo com o F.C. Porto na Liga dos Campeões, permitirá a Bischoff matar saudades de um treinador com especial predisposição para apostar em jovens: Arsène Wenger. «Foi um privilégio trabalhar com ele, é um dos maiores treinadores do Mundo. Para mim, como jovem, foi fenomenal», lembra.

Em entrevista ao Maisfutebol, Amaury Bischoff mostra o lado B do futebol. Os adeptos portugueses não conheciam este médio nascido em França. De repente, surgiu nas selecções lusas. Tinha sido internacional gaulês na categoria sub-18, mas a Federação portuguesa lançou uma campanha de charme e conquistou um talento precoce.

Filho de mãe portuguesa, apesar das contínuas dificuldades em falar a língua de Camões, Bischoff começou a aparecer no nosso radar. Esteves no sub-20, nos sub-21 e até despertou a atenção de Carlos Queiroz. Agora, com 22 anos, cai do céu para conhecer a realidade do segundo escalão português.

«Não consigo explicar o que se passou»

Amaury Bischoff começou no Colmar e passou para o Estrasburgo, em França. Em 2005, foi contratado pelo Werder Bremen como uma grande aposta para o futuro. Tanto que, dois anos mais tarde, substituiria Diego (ex-F.C. Porto) num jogo da Taça UEFA, em Vigo. Aqui bem perto.

No final da época passada, foi resgatado pelo Arsenal. «Amaury é jovem, mas muito promissor», dizia Wenger. Juntou-se a Rui Fonte nas reservas, deu nas vistas e chegou à Premier League. Um único jogo, concretizando um sonho.

Os problemas físicos condicionaram a aposta. No último defeso, o Arsenal libertou as duas pérolas lusas (Rui Fonte e Bischoff). Seguir-se-ia a Académica, para finalmente conhecer a Liga do país que lhe abriu as portas da selecção. Nova desilusão. Fez apenas quatro jogos pela Briosa.

«Não era o que eu estava à espera. Joguei na Premier League, mas saí do Arsenal para ter continuidade e mostrar-me a Queiroz. Pensei que ia jogar mais na Académica e não consigo explicar o que se passou. Villas Boas chegou e está a melhorar a equipa, fico satisfeito por isso, mas não me deu uma oportunidade. Assim, fui emprestado ao Aves em Janeiro », sintetiza o luso-francês.

Amaury chegou à Liga de Honra e foi infeliz na estreia. O Aves venceu o Trofense, jogando com dez elementos após a expulsão do médio, ao minuto 48: «Vi dois amarelos, mas o segundo foi exagerado. Foi a primeira expulsão da minha carreira. Tenho de aprender.»

«100 por cento seguro que Arsenal passa»

Falando desde a Vila das Aves, longe do brilho de Bremen ou Londres, Amaury Bischoff mantém a esperança enquanto projecta o duelo entre F.C. Porto e Arsenal. «Joguei nos maiores campeonatos da Europa, com enormes jogadores, mas agora só penso em afirmar-me. Sei que não estou nos planos de Queiroz nesta altura, mas espero voltar em breve.»

«Vou aproveitar o jogo do Arsenal no Porto para matar saudades dos meus antigos colegas, como o Sagna ou o Rosicky. Estou 100 por cento seguro que o Arsenal vai qualificar-se para os quartos-de-final. O Arsenal tem muitas armas. O F.C. Porto é uma grande equipa mas perdeu jogadores como Lisandro ou Lucho. Penso que o Arsenal vai resolver a eliminatória em casa», prevê o jogador.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Derlei recorda derby no Algarve: «A Taça era para o Sporting»

Sporting e Benfica reencontram-se na Taça da Liga, reavivando a memória da final da época passada, no Estádio do Algarve. Nesta terça-feira, em Alvalade, os leões esperam reescrever a história e conquistar o triunfo que fugiu entre os dedos há um ano.

Estávamos a 21 de Março de 2009, com Paulo Bento no banco do Sporting e Quique Flores como treinador do Benfica. Pereirinha inaugurou o marcador após o interval (48m), mas Reyes anulou a desvantagem na sequência de um castigo máximo. O caldo entornou.

«Merecíamos vencer aquele jogo, a Taça era para o Sporting. O jogo estava controlado e estávamos em vantagem, até ao momento em que o árbitro considerou que o Pedro Silva deu mão na área», recorda Derlei, em conversa com o Maisfutebol.

Pedro Silva foi expulso por acumulação de amarelos, Quim brilhou no desempate por grandes penalidades e o lateral brasileiro estragou definitivamente a festa ao atirar a sua medalha para bem longe, exteriorizando a sua revolta. «Ele errou e admitiu, mas a verdade é que, a partir do momento em que o Pedro conquistou o direito de ganhar a medalha, podia fazer com ela o que bem entendesse.»

Quim defendeu três c astigos máximos, recuperando o estatuto de herói encarnado após uma época marcada por injustiças. «O Quim esteve muito bem mas nós já não estávamos com a mesma concentração. Aquela situação do penalty gerou tanta revolta que nunca mais conseguimos recuperar», lembra Derlei, um dos jogadores a falhar nesse momento decisivo, a par de Rochemback e Postiga.

«Um derby muda tudo»

O Sporting tropeça e cai, Sá Pinto sai após caso de violência com Liedson, Rui Patrício não escapa aos assobios dos adeptos. Do outro lado, apesar do empate em Setúbal, o Benfica conserva a moral elevada.

«Tenho acompanhado as situações do Sporting. Quando ao primeiro caso, só posso dizer que isso acontece em todos os clubes, mas normalmente não transpira para fora. Desta vez aconteceu, infelizmente. Quanto ao Rui Patrício, ele é profissional e tem de aguentar as críticas, não se pode deixar abalar. Tem muita qualidade e também tem ainda muito para evoluir», avisa Derlei.

O avançado brasileiro evita prognósticos para o derby de terça-feira. Num clássico, tudo se esquece, tudo se renova. «É natural que o Benfica tenha maior tranquilidade, até pelo nível alto que tem mantido. Mas um clássico é um clássico. Uma vitória num derby muda tudo. Os jogadores do Sporting sabem que é uma excelente oportunidade para recuperar. Tenho amigos dos dois lados e se o Benfica vencer, também será merecido, pela época que estão a fazer», remata Derlei.

O antigo jogador do Sporting continua a treinar sozinho para manter a forma, estudando a possibilidade de representar o Madureira, seu antigo clube no Brasil. Fora de hipóteses, garante ao Maisfutebol, está a possibilidade de colocar já um ponto final na sua carreira de jogador.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Nas nuvens: jogadores longe do topo com medo de voar

Paolo Guerrero, avançado peruano do Hamburgo, continua retido no seu país após quatro tentativas para entrar num avião e regressar à Alemanha. Este caso relança a discussão sobre o tema: como pode um jogador chegar ao topo com medo de voar?

Dennis Bergkamp é figura incontornável na abordagem à aviofobia no mundo do futebol. Com o filme Up in the Air (ndr. Nas Nuvens), George Clooney garantiu meia dúzia de nomeações para os Oscares, retratando a vida de um profissional que passa 300 dias por ano a voar.

Uma realidade impensável para Guerrero, Bergkamp ou mesmo para o português Marco Cadete. Os relatos multiplicam-se entre figuras menos conhecidas no futebol internacional. Por cá, alguns sofrem em silêncio. Cadete, lateral de 31 anos, conta toda a história ao Maisfutebol.

«Perdi muitos quilos até à Madeira»

«Estou no Feirense e já fomos jogar aos Açores, frente ao Santa Clara. Eu não fui porque está estipulado no meu contrato. Faço questão de explicar logo aos clubes que não podem contar comigo para andar de avião. Não adianta mesmo», começa por dizer.

Marco Cadete reconheceu a sua fobia em 2002/03, quando representava o Olivais e Moscavide. Pela primeira e última vez, entrou num avião: «Íamos jogar à Madeira, dizem que a viagem foi tranquila, mas basta-me explicar que perdi muito quilos até chegar lá e nem joguei, tal o meu estado. Na semana seguinte, rescindi com o clube. Havia mais quatro equipas das ilhas naquela divisão!»

O lateral chegou ao escalão principal, através do Leixões, mas não mudou de ideias. Seguiram-se Gondomar e Feirense. Sem arrependimento. «Talvez isso me prejudique, mas não há nada a fazer. Andei no psicólogo, mas aquilo era conversa fiada. Já fico nervoso se estou numa sala sem janelas e a porta se fecha, quando mais num avião! As férias são sempre de carro, já fui a França e Itália assim. Só voaria se a vida de alguém próximo dependesse disso», garante Marco Cadete.

Bergkamp e os outros

Dennis Bergkamp, conhecido como «homem de gelo», só quebrava quando lhe falavam em voar. Segundo os relatos, o soberbo avançado ficou petrificado quando um jornalista lançou o boato de uma bomba a bordo da aeronave onde seguiam. Era brincadeira, mas colou. Para sempre, no caso do «holandês não-voador».

Raúl Gutiérrez, médio do Blooming e da selecção do México, desistiu da carreira aos 32 anos, lamentando ser incapaz de contornar a aviofobia. Nessa altura, o jogador já tinha cedido perante o receio. Ganhava metade do salário e só entrava em campo nos jogos em casa. Fora, nunca!

Nem o Rei Eusébio escapa ao temor. Nomes como Muhammad Ali ou B.A. Baracus provam que a aviofobia toca a todos.

Uns combatem a fobia com comprimidos, outros com álcool, outros com psicologia. Uma imensa minoria fica sempre em terra.

«Guerrero, vem de barco!»

Entretanto, enquanto o leitor assimila estas linhas, Paolo Guerrero continua a combater o seu medo, no Perú. O tio José González, ex-jogador, morreu num acidente aéreo.

Recentemente, quando o Hamburgo regressava de Paris, o avião onde a equipa seguia teve de aterrar de emergência. O avançado de 26 anos não mais recuperou. Ainda viajou para o seu país, mas não consegue regressar.

O jogador recupera de lesão e continuará no Perú até Março, com autorização do clube. Na última tentativa, Guerrero ainda levantou voo, apenas para exigir o regresso do aparelho a terra firme, 40 minutos depois. «Tinha diarreia severa e desidratação, efeitos da gastroenterite», diz o jogador, procurando contornar o trauma.

Por via das dúvidas, aqui fica o conselho de Marco Cadete: «Guerrero, vem de barco!»

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Nasceu no Brasil, foi eremita no Gerês e quer jogar por Portugal

Elinton Andrade nasceu no Brasil há 30 anos. Guarda-redes com 190 centímetros e uma determinação inatacável, o suplente de Mandanda no Marselha fala ao Maisfutebol sobre a sua passagem por Portugal, esperando por uma chamada para a selecção nacional orientada por Carlos Queiroz!

Esperou sete meses no nosso país para ter o passaporte português. Cinco anos depois, esperou outros sete para defender, pela primeira vez, a baliza do Marselha. Na quarta-feira, foi titular na vitória frente ao Saint-Etiènne, para a Taça da Liga.

Elinton despontou no Vasco da Gama, passou sem brilho pelo Ascoli de Itália e recuperou a fama no Rapid de Bucareste. Neste defeso, rumou a França, ganhando novo fôlego na carreira.

«Claro que também gostaria de jogar pela selecção do Brasil, mas falando verdade, a minha vontade até é maior de jogar por Portugal», atira Elinton, logo à partida. Surpreendente. Por cá, poucos o conhecem. Mas ele sabe quem são Eduardo, Rui Patrício, Hilário, Carlos Carvalhal e muito mais.

Plantou batatas e correu nas montanhas

A história é deliciosa. No final de 2005, Elinton saiu do Vasco da Gama para rumar à Europa. De repente, encalhou em Portugal e descobriu Vieira do Minho, apaixonando-se pelas montanhas do Parque Nacional Peneda-Gerês.

«A minha esposa tem família em Portugal e eles acolheram-me com grande carinho. Esperei sete meses pelo passaporte português. Como eles tinham um projecto de turismo rural, ajudei-os em tudo, até a plantar batatas. Nesses meses, treinava sozinho: ia correr para as montanhas do Gerês, chutava para a parede da quinta para defender as bolas, fazendo balizas com caixas de laranjas e limões», recorda o guarda-redes.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras arrastava a questão. De repente, problema resolvido: «Consegui tudo numa semana, quando fui convidado para a selecção portuguesa de futvolei. Passado uns dias, estava o meu nome no Diário da República.». Acabava-se a vida de eremita no Gerês. Em Maio de 2006, Elinton despedia-se de Portugal. Um até já.

Encantou Carvalhal e o V. Setúbal

«Estive bem no Rapid de Bucareste e chegaram a existir contactos de Portugal. O Carvalhal queria-me para o Marítimo e pediu informações ao Pitbull e ao João Paulo. O V. Setúbal abordou-me directamente, mas o salário era muito inferior», recorda o guarda-redes de 30 anos.

O Marselha garantiu o seu concurso neste defeso. Elinton trabalha a pensar na saída de Mandanda e num convite de Carlos Queiroz. «Estou a torcer para que o Mandanda vá para o Barcelona ou o Real Madrid. Vou ser titular na Liga, neste fim-de-semana, porque ele está lesionado», atira.

«Eu vejo as coisas assim: o Hilário está na selecção. É suplente do Chelsea mas é conhecido. Portanto, também me dou a conhecer. E falo directamente! Se pudesse escolher entre Brasil e Portugal, escolhia Portugal! Até porque o Brasil tem seis ou sete guarda-redes de selecção», remata Elinton, na entrevista de apresentação a Portugal, através do Maisfutebol.

Veja Elinton em entrevista no Brasil


Veja Enilton em acção frente ao Saint-Etiènne

F.C. Porto: Hulk trabalha para jogar contra o Arsenal


Publicado a 4 de Fevereiro, capa do Jogo no dia 5

O F.C. Porto recebe o Arsenal a 17 de Fevereiro, na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Duas semanas depois, os dragões jogam no Emirates Stadium, em Londres. Hulk espera ser um trunfo azul e branco neste duelo milionário.

O avançado brasileiro está suspenso preventivamente, aguardando a conclusão do processo sobre os incidentes no túnel do Estádio da Luz, após o clássico com o Benfica. O caso remonta a 20 de Dezembro de 2009 e Hulk iniciou o seu calvário logo depois. Contudo, mesmo sendo castigado em Portugal, o jogador deverá estar em condições de ajudar o F.C. Porto na Liga dos Campeões.

«Não é crível que um castigo desse género tenha influência a nível internacional», confirma o professor José Manuel Meirim, especialista em direito desportivo, em conversa com o Maisfutebol. Segundo os regulamentos da FIFA, apenas casos de manipulação de resultados, corrupção ou doping merecem uma amplitude internacional do castigo das instâncias nacionais.

Neste caso, embora os regulamentos permitam situações de excepção, não costuma haver repercussão fora da esfera do país. Aliás, foi com esse objectivo que Sapunaru rumou à Roménia por empréstimo, esperando competir apesar do eventual castigo em Portugal.

O F.C. Porto joga à defesa, espera contar com Hulk mas não quer lançar foguetes antes da festa, face aos sucessivos imprevistos ocorridos ao longo da presente temporada. Embora agindo como um gato escaldado, apostando na prevenção, os dragões esperam contar com o avançado e Jesualdo Ferreira pensa num joker com importância significativa no desfecho da eliminatória.

«Não terá influência a sua paragem competitiva»

Para além da réstia de incerteza em torno desta questão, surge outra. A 17 de Fevereiro, data do primeiro embate com o Arsenal, Hulk poderá surgir no Estádio do Dragão sem praticamente dois meses de competição. Apesar das suas características físicas únicas, tal realidade poderá prejudicar o seu rendimento?

Hernâni Gonçalves, antigo preparador-físico do F.C. Porto, pensa que não. «Os seus índicos físicos não estarão afectados porque num clube como o F.C. Porto os treinos têm a mesma carga que os jogos. Ele vem de uma paragem tóxica no campeonato, pelos seus contornos, mas não me parece que haja diferença», garante, ao Maisfutebol.

«Quando falo em paragem tóxica, falo da forma como ele foi castigado, falo de um castigo senil. Em termos físicos, penso que ele estará em boas condições, porque Jesualdo sabe o que está a fazer. Gostava de o ver a jogar, porque amarraria 1 ou 2 jogadores desse colosso chamado Arsenal», remata Hernâni Gonçalves, já na pele de adepto do F.C. Porto.