segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

F.C. Porto: descubra David Addy, uma espécie de Daniel Alves

Chegou a perceber quem é David Addy, de onde veio? O lateral ganês chegou ao F.C. Porto no último dia de Janeiro, quando os focos noticiosos estavam apontados para Kléber, que regressaria ao Brasil. No domingo, o último reforço portista celebrou o 20º aniversário. Uma boa altura para conhecê-lo melhor.

Antes de mais, o essencial, aquilo que provavelmente já sabe. Addy é um lateral esquerdo de características ofensivas, internacional AA (2 jogos) mas sobretudo sub-20 pelo Gana. Venceu o Mundial da categoria no ano passado, frente ao Brasil, como titular indiscutível.

David Addy começou no International Allies, um clube vocacionado para a formação. Em 2005, passou para o All Starts, emblema com tradição do Gana. Em 2008, foi descoberto pelo Randers da Dinamarca. Contratado a custo zero e transferido pelo F.C. Porto por 800 mil euros, dois anos e 15 jogos depois.

«Pode ser um Daniel Alves»

Peter Christiansen éo responsável pela prospecção do Randers e descobriu Addy no imenso filão africano. Apostou no jovem e financiou a viagem para a Dinamarca. O esquerdino fez meia dúzia de treinos, um par de jogos particulares e assinou.

«Estava à procura de um jogador que pudesse alinhar como lateral ou extremo. O David era isso mesmo. Convidámo-lo para vir treinar ao Randers e acabou por assinar. Nunca duvidei dele, porque já o acompanhava desde os sub-18 do Gana. O seu potencial pareceu-me incrível», começa por dizer, em entrevista ao Maisfutebol.

Os adeptos gostam de referências. Afinal, que tipo de jogador é Addy? «Se tivesse de comparar estilos, dizia um Daniel Alves (Barcelona). Sei que ele joga na direita, mas tem a mesma estatura, a mesma capacidade ofensiva e mentalidade vencedora. O David ainda é novo, mas tem todas as condições para chegar lá», acredita Christiansen.

«Ele precisa de melhorar, mas ainda é muito novo, tem um potencial ENORME. Precisa de ganhar cinco quilos de massa muscular para ser um lateral de classe mundial. No ataque, ele é criativo e tem muitos truques na manga. Terá de se adaptar ao F.C. Porto, mas é um rapaz inteligente e irá fazê-lo rapidamente», vaticina o dirigente do Randers.

Antes de mais, fica o aviso: o F.C. Porto contratou um dois-em-um. Addy pode perfeitamente jogar como extremo esquerdo: «Quando chegou ao Randers, jogava como extremo, devido à sua falta de cultura para defender ao estilo europeu. Mas também jogou como lateral e pode desempenhar as duas funções a nível internacional, como vimos no jogo europeu com o Hamburgo, onde foi o melhor em campo.»

Entre a cozinha e o dinamarquês

David Addy distingue-se pelo sorriso rasgado e o resguardo da vida familiar. «Não sei muito sobre o seu passado, o David é muito reservado em relação a isso. Sei que ele e a mãe têm uma forte ligação. Quando chegou à Dinamarca, adaptou-se bem. Os colegas convidaram-no para jantares em casa deles e ensinaram-no a cozinhar, ajudaram-no a ir às compras. A principal dificuldade foi o primeiro Inverno cá, para ele», diz Christiansen, entre sorrisos.

«Ele aprende depressa, é um rapaz positivo e tem sempre um grande sorriso. Tem uma mente europeia, muito aberta. Lembro-me que colocámos o David em aulas de dinamarquês mal chegou. Fartámo-nos de rir com os primeiros tempos dele. Mas ele lá sorria, aprendia rapidamente e deixou-nos surpreendidos. Tem um potencial ENORME», repete o dirigente do Randers, assim mesmo, com maiúsculas. Em jeito de aperitivo para o futuro.

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