sexta-feira, 2 de abril de 2010

Peçanha e Helton, rivais unidos pela amizade e pelo pagode

Helton e Peçanha serão adversários no sábado, defendendo as balizas de F.C. Porto e Marítimo no Estádio do Dragão. Contudo, nada irá abalar uma amizade que se arrasta há mais de duas décadas. Os dois guarda-redes são vizinhos no Brasil.

São Gonçalo, município no Rio de Janeiro, viu nascer dois talentos para a defesa de redes, com ano e meio de diferença. Enquanto jovens, Helton e Peçanha eram rivais nos duelos entre Vasco da Gama e Flamengo. Uma imensa história em comum.

«É verdade, nunca me perguntaram sobre isso antes, mas já conheço o Helton desde pequeno. Só tenho a falar bem dele. Veja só: o Helton até colocou a sua banda (ndr. Toque Social) para tocar no meu casamento, como prenda», revela Peçanha, no início da conversa com o Maisfutebol.

A proveniência denunciou a cumplicidade. São da mesma cidade, têm idades semelhantes (31 para Helton, 30 para Peçanha) e cresceram a defender as balizas de dois históricos cariocas. Coincidências a mais. «Não o conheço de berço, mas desde muito jovem. Lembro-me de jogar contra ele, no Flamengo-Vasco», recorda.

Helton explodiu no Vasco da Gama, depois de tentar a sua sorte em clubes como o Fluminense e o Flamengo. Não foi colega de Peçanha por ter caído de uma árvore, depois de convencer os responsáveis do clube. Ficou com um coágulo na cabeça e teve a carreira em risco.

Reencontro em Portugal

Peçanha passou por emblemas de menor expressão, chegando ao P. Ferreira em 2005. Nessa altura, Helton trocava a U. Leiria pelo F.C. Porto. Hora de reencontro. «Quando estávamos próximos, fazíamos jantares, também com o Ibson, que nasceu na mesma cidade. Então, em 2007, quando eu casei, ele foi à cerimónia e decidiu oferecer a banda como prenda. Mais não posso contar», diz o actual guarda-redes do Marítimo, soltando um sorriso cúmplice.

O Maisfutebol revelou, em 2008, os dotes do titular portista ao piano. Helton leva de resto um violão para todo o lado, estágios incluídos, e patrocina uma banda de pagode, Toque Social.

O F.C. Porto-Marítimo permitirá novo reencontro, mas Peçanha descarta facilitismos. «Não quero que pensem que, por estar a contar isto, vou estar a facilitar. Nem falei com o Helton antes do jogo, não gostamos de perder a concentração. Vamos tentar surpreender o F.C. Porto», promete.

Helton, Eduardo e a sondagem portista

O guarda-redes brasileiro brilhou no P. Ferreira e chegou a ser apontado aos grandes. Agora, revela os contornos reais dos boatos: «No último ano do Paços, chegaram a falar-me do F.C. Porto, mas não apresentaram contrato. Isso passou, fui para a Grécia e agora quero continuar a ajudar o Marítimo, com quem tenho mais um ano de contrato.»

Aos 30 anos, Peçanha é um dos bons guarda-redes da Liga, recolhendo elogios da crítica. E para ele, quem são os melhores? A resposta sai curta, sem hesitações. «O Hélton é o melhor da Liga. Tem qualidade indiscutível, não tem nada a ver com a amizade. Os adeptos criticam de vez em quando, mas ele tem estado muito bem esta época. O melhor português? Eduardo. Sem dúvida. Merece a baliza da selecção de Portugal», remata, qual ponta-de-lança.

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